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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A liquidez das relações

Ao longo da vida, inúmeras pessoas passam por nós, no entanto nos “encontramos” de verdade com muito poucas, contamos nos dedos aquelas que tocam nosso coração, cuja passagem ecoa em nossa existência. Será que estamos desaprendendo a cultivar laços duradouros?

O sociólogo polônes Zygmunt Bauman, um dos pensadores contemporâneos mais influentes, nos diz que sim. Ele propõe o conceito de “modernidade líquida” para definir o momento atual. Assim como a água, a vida e o amor se tornaram líquidos, eles escorrem pelas mãos o tempo todo, temos medo de relações duradouras. Para Bauman, não estamos muito dispostos à presença do outro em nossas vidas já que o enxergamos, muitas vezes, através de olhares apressados e nos impacientamos no processo de construção das relações. Na sua forma “líquida”, o amor tenta substituir a qualidade por quantidade, o que não funciona já que o amor não é um “objeto encontrado”, mas o resultado de esforço e boa vontade.

Acredito que a qualidade da vida está ligada a qualidade de nossos encontros. Por isso, ainda no clima de intenções para 2013, o que desejo para todos nós é que “condensemos”  nossas relações e, quando nos dispusermos a estar com outro, que seja de corpo e alma. Descobrir novos universos pessoais é uma experiência e tanto, pessoas são como livros, há muita riqueza nas páginas que se seguem.

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