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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Lucinha e os potes de mel

"Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria"
(Jorge Luis Borges)

Penso da mesma forma mas, como sou faminta, acrescentaria um café dentro da livraria, que servisse bolo de maçã e chocolate quente! Felicidade suprema!

Guloseimas à parte, penso em como alguns livros marcaram minha vida, principalmente minha infância e adolescência. Lembro de como me senti quando terminei "O Mundo de Sofia", foi como se eu tivesse descoberto um novo mundo, mundo de gente grande. E "Éramos Seis", como chorei!  Mas o que mais marcou mesmo foi "Um Amor Além do Tempo", de Leila Rentroia, que conta a história de almas gêmeas que se desencontram. Richard espera pelo grande amor de sua vida, mas ela só aparece dois séculos depois. Nunca me esqueci do Richard e de sua alma devotada!

Tem também as histórias que não foram escritas por nenhum autor famoso, mas foram imaginadas por uma avó, no intuito de ver os olhinhos da neta brilharem. E os meus brilhavam a cada vez que eu ouvia a história da Lucinha A personagem em questão era uma amiga fictícia da minha avó que vinha de bem longe para me entregar potes de mel, mas o salto dela quebrou no meio do caminho...
Não me lembro do final da história. Mas não me esqueço de como aqueles potes de mel eram mágicos para mim, de como me faziam sentir importante. Acho que é por isso que hoje em dia gosto tanto de mel, me traz aconchego e boas recordações.



E se fôssemos como Pollyana?

Pollyana é um romance de Eleanor H Porter, publicado em 1913 e considerado um clássico da literatura juvenil. Ele conta a história da jovem Pollyana Whittier, que fica orfã e vai morar com sua única tia viva, que não demonstra nem um pouco de carinho por ela. Tia Paulina faz de tudo para tornar a vida de Pollyana dífícil, sempre desaprovando suas atitudes e a punindo por nada.

No entanto, por pior que seja o castigo, por mais hostil que se torne o ambiente, Pollyana não se deixa abater. Sua filosofia de vida é baseada no que ela chama "O Jogo do Contente", uma atitude otimista que aprendeu com o pai e que prega que sempre podemos ver o lado bom das coisas. E assim, ela espalha alegria e esperança por onde quer que passe.

Volta e meia, ouvimos alguém dizer que fulana é como Pollyana. A comparação normalmente vem carregada com um tom pejorativo, indicando que a pessoa que se comporta dessa forma ou é hipócrita ou alienada. Talvez as pessoas tenham dificuldade em conviver com alguém tão forte, que não dramatiza a vida, que não curte o papel de vítima.

Não acho que Pollyana feche os olhos aos acontecimentos, ela é simplesmente objetiva e sabe que bater o pé e chorar não muda o rumo da vida. E se fôssemos como Pollyana? Se fôssemos como ela, tarja preta não existiria, nem crises de stress, nem desesperança, nem angústia. Focaríamos em tudo de maravilhoso que temos ao invés de potencializarmos o que consideramos ser nossas "faltas". Taí, quando crescer quero ser igual a Pollyana Whittier!


Artimanhas contra o baixo astral

 Ninguém está blindado contra o baixo astral, até mesmo a mais feliz das criaturas se depara com ele de vez em quando. O nosso desafio é fazer com que ele vá embora rapidinho!  No meu caso, lanço mão de algumas receitinhas que catalisam o processo:

1)  O dueto de Bill Medley e Jennifer Warnes em "Time of my life" é certeiro. Não satisfeita em ouvir a música, ainda danço como a Baby em Dirty Dancing.

2) Corro. Quer sensação de liberdade maior?

3) Leio, afinal a "palavra é um socorro à alma"

4) Dublo a Adele em "Set Fire to The Rain"

5) Recorro ao chocolate. Sim, o chocolate, se ingerido em pequenas quantidades é um ótimo amigo! Ele aumenta a produção de substâncias como dopamina e endorfina que nos dão a sensação de relaxamento. E ainda faz bem ao coração! Obrigada pela descoberta cientistas, assim como sem culpa! Ps: Não use esta informação para devorar uma caixa de bombons!

Obs: Quando eu era pequena, não me lembro de sentir baixo astral, mas bastava imaginar que eu tinha o meu próprio Mc Donald´s, como no filme  "Riquinho", e o meu mundinho ficava ainda mais interessante! :) Infelizmente isso não funciona mais hoje em dia, prefiro brócolis a batata frita!




Crianças e seu tesouro pessoal

   
"Na infância bastava sol lá fora e o resto se resolvia"
                     (Fabrício Carpinejar)

 À medida que amadurecemos, nos orgulhamos das experiências que adquirimos, dos títulos que acumulamos mas desaprendemos uma importante lição, que sabíamos bem quando éramos crianças: aceitar a realidade, sem julgamento. 

As crianças acolhem a criação e a destruição como partes naturais da vida, elas não se importam se o castelo de areia que acabaram de construir vai ser levado pela onda, pelo contrário, até se alegram com a cena. Conforme vamos crescendo, incorporamos medos e ansiedades às nossas vidas, julgando e avaliando o que pode estar errado.

Por isso, cada vez que estou perto de crianças,  fico quietinha, só observando sua capacidade de brilhar, capacidade essa que está ligada ao fato de estarem no momento presente, para elas não existe passado nem futuro. Observo e reverencio tanta sabedoria!


Qual é o seu darma?

A palavra darma vêm do sânscrito e significa "propósito de vida".  Cada um de nós tem um talento único mas, não raro, esbarramos com pessoas profundamente frustradas e entediadas com suas vidas. Elas consideram o trabalho um peso e esperam compulsivamente a chegada do fim de semana.

Mas será que as coisas precisam ser assim? Ou será que o trabalho é uma excelente oportunidade para expressarmos toda nossa criatividade, exercitarmos nossa disciplina, expandirmos nossos horizontes e deixarmos nossa mensagem para o mundo?

O propósito da vida é que cada um de nós revele nossas potencialidades. Para que isso aconteça, é necessário um profundo conhecimento de si mesmo, muito carinho e paciência conosco em nosso processo de autodescoberta.




Saber ouvir é uma arte

Como é bom encontrar com aquela amiga que te ouve com o coração, sem pré julgamentos, sem antecipar o fim da história, sem a cada 5 minutos enviar uma mensagem pelo celular.

Saber ouvir é uma arte, evita ruídos na comunicação, cria empatia. As pessoas mais carismáticas que conheci na vida tinham uma característica em comum: ouviam com elegância, simplicidade e compaixão.
Gosto muito do que o grande Rubem Alves diz sobre o assunto:

"O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: "Se eu fosse você". A gente ama não é a pessoa que fala bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. É na não escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção".

terça-feira, 30 de outubro de 2012

"Todo o momento é o melhor. Isso é Iluminação"

Desde algum tempo, sou uma "buscadora de mim mesma", procuro viver com consciência, observando a vida e suas leis, consumo livros e palestras que falam sobre bem estar. Não quero fórmulas prontas e nem vou seguir à risca o que esse ou aquele autor afirma. Quero aprender com as histórias de vida que ouço e com quem se dedica à arte de viver. Aprendo e crio a minha própria cartilha. E um dos ensinamentos mais preciosos que aprendi é que a vida só é gentil com quem é gentil consigo, com quem se perdoa pelos "erros" do passado e não fica obcecado por resultados no futuro.

Um dos autores que gosto muito é Eckhart Tolle, que apresenta uma definição muito simples e elucidativa sobre o conceito de Iluminação: "Todo momento é o melhor. Isso é Iluminação".

Em seu livro " O Poder do Agora", ele diz:

"As pessoas acreditam que dependem dos acontecimentos para ser felizes. Elas não se dão conta de que os fatos são o que há de mais instável no Universo. Elas olham para o agora como se ele tivesse sido danificado por algo que sucedeu, e não deveria, ou como se estivesse incompleto por algo importante que não ocorreu. Então, elas perdem a profunda perfeição inerente à vida, a que está além do que se realiza, ou não. Aceite o momento presente e descubra a excelência intocada pelo tempo."

Eu e minhas Idiossincrasias

"A palavra é meu domínio dobre o mundo" já diria Clarice Lispector. Para Saramago: "Escrever é fazer recuar a morte, é dilatar o espaço da vida".

Desde pequena sou fascinada pelo universo das palavras, me recordo de pegar os livros de psicologia da minha mãe e ler em voz alta, sorvendo cada nova palavra que surgia, e olha que aos 10 anos o universo de palavras desconhecidas é enorme, principalmente em um livro de psicologia. Prestava muita atenção também ao meu pai, ele sempre falou bonito. Lembro a primeira vez que ouvi-lo pronunciar a palavra "idiossincrasia", fiquei fascinada por aquele som, naquele momento achei que fosse a palavra mais fantástica da língua portuguesa. O tempo passou e "idiossincrasia" continua chamando minha atenção. :)

Compartilho com alegria o seu significado. Idiossincrasia: "Característica comportamental ou estrutural peculiar a um indivíduo ou grupo./ Maneira de ver, sentir, reagir, peculiar a cada pessoa"

Top 10 baladas açucaradas

Definitivamente, minha vida tem trilha sonora!  E, para não fugir ao "lugar-comum", também gosto de fazer listas, aqui está a das minhas 10 baladas "açucaradas" prediletas:

1) The Way You Look Tonight (Rod Stewart)
2) La La Means I love You (Swing Out Sister)
3) She (Elvis Costello)
4) You´re Beautiful (James Blunt)
5) Someone Like You (Adele)
6) Imbranato (Tiziano Ferro)
7) Last Request (Paolo Nutini)
8) With or Without You (U2)
9) Yellow (Coldplay)
10) Stop, Look, Listen (To Your Heart) (Marvin gaye & Diana Ross)




"Comer, Rezar, Amar", quem não quer?

Me deu saudade de viajar pelo o universo de Elizabeth Gilbert, que de tão descritivo, me faz sentir os sabores da Itália, ouvir os mais profundos mantras entoados na Índia e imaginar felicidade sem tamanho ao encontrar meu guru na Indonésia. Tirei o livro da estante e passei para a mesinha de cabeceira. Para quem não sabe "Comer, Rezar, Amar" (Eat, Pray, Love) foi escrito em 2008 e é uma história autobiográfica que relata o ano em que a autora viajou para Itália, Índia e Indonésia, buscando encontrar a si própria. Em 2010, chegou às telas o filme baseado na obra, com Julia Roberts e Javier Bardem no elenco.

Acho que o sucesso do livro se deve ao fato de ser uma biografia em que a autora abre mão de uma vida aparentemente bem sucedida para se reinventar. O leitor se coloca no lugar dela e vislumbra a possibilidade de fazer o mesmo. Mas, na minha opinião, não é só a identificação a responsável pelo sucesso do livro, a forma como Elizabeth Gilbert narra e entrelaça os acontecimentos prende a atenção de tal forma, que as mais de 300 páginas podem ser lidas em um único dia, com gostinho de quero mais.


The Way You Look Tonight

Quem não se lembra do Dermot Mulroney cantando para Julia Roberts em "O Casamento do Meu Melhor Amigo":


The Way You Look Tonight

Someday, when i'm awfully low
when the world is cold
i will feel a glow, just thinking of you
and the way you look tonight

oh but your lovely
with your smile so warm
and your cheeks so soft
there is nothing for me, but to love you
just the way you look tonight

with each word your tenderness grows
tearing my fear apart
and that laugh
that wrinkles your nose
touches my foolish heart

lovely, never never change
keep that breathless charm
won't you please arrange it
because i, i love you
just the way you look tonight





Renda-se!

Como diria o saudoso Vinícius de Moraes: "O sofrimento é o intervalo entre duas felicidades". Mas o que fazer durante essa entressafra? Será o sofrimento realmente inevitável? Ou podemos encarar as dores da vida sem sofrer?
Há de se ter paciência quando as coisas não acontecem como planejamos, não estou dizendo para ignorarmos sentimentos como raiva, decepção, medo e dor, mas podemos simplesmente observá-los, não lutar contra eles, nem muito menos glorificá-los. Acho que a melhor receita em algumas situações na vida é "rendição". Se render não significa assistir passivamente a situações aparentemente desastrosas e sim, ter a certeza de que, na maioria das vezes, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e que, a partir de então, devemos deixar a vida seguir seu curso. Em um mundo onde tudo acontece com tanta rapidez, onde acumular tarefas é um termômetro para indicar se uma pessoa é ou não digna de sucesso, "fazer nada" muitas vezes é a melhor opção.

Do fundo do baú


A primeira divagação açucarada é sobre um dos meus filmes prediletos: Íntimo e Pessoal (Up Close and Personal). O filme é de 1996, está longe de ser uma grande produção, mas toda vez que passa, arrebata meu coração. Em primeiro lugar porque o protagonista é um dos homens mais charmosos de todos os tempos na minha opinião: Robert Redford.  O seu par é a carismática e linda Michelle Pfeiffer e a química entre os dois é inegável.

Ele conta a história da jovem Sally, que sonha em ser uma jornalista de sucesso. Com pouca experiência e muitas decepções em seu currículo, ela encontra o produtor Warren, que lhe dá a chance que ela tanto precisava e com quem se envolve intensamente. Na trilha sonora, "Because You Loved Me" de Celine Dion,  Como 99,9% dos filmes açucarados, Íntimo e Pessoal é lacrimogênico!


O quê te inspira?

O quê te inspira? Uma música de Leonard Cohen, o pôr do sol na praia de Ipanema, o sorriso de uma criança? Ou, para você, a felicidade está em uma caixa de bombons?

Às vezes, colocamos a felicidade em prateleiras altas demais, acreditamos que ser feliz é lutar quando, na verdade, os ingredientes para confeitar nosso bolo estão à nossa disposição. E, mesmo quando os acontecimentos não seguem o curso que imaginamos e nosso bolo sola, temos a chance de recomeçar, dessa vez como confeiteiros mais experientes. Com o tempo, descobrimos que o segredo de um bom bolo não está em ingredientes caros ou exóticos e sim na energia e criatividade com que é feito.

Esse blog surgiu com a ideia de "confeitar" nossos dias com imagens e textos que me inspiram, espero que inspirem vocês também!

Até a próxima!