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sábado, 17 de novembro de 2012

Gerenciar emoções

"Voltando para casa certo dia, percebi que o carro à minha frente estava em velocidade muito baixa. Passei para a pista da esquerda e o ultrapassei. O motorista do carro que vinha atrás buzinou e piscou o farol, mostrando-se aborrecido com minha manobra - creio que ele estava acelerando para me passar, e ficou frustrado ao ter de reduzir a velocidade. Logo adiante, o sinal fechou e notei que o tal do carro ia parar exatamente ao meu lado. Enquanto freava pensei nas alternativas que tinha: ou evitava olhar para o lado ou encarava o vizinho e eventualmente fazia um gesto agressivo, podendo até mesmo dizer alguma grosseria. Como tive tempo para pensar, em vez de agir guiado pela irritação, optei pela alternativa de fazer um gesto amistoso, acompanhado de um sorriso. Seguimos em paz, mas fiquei com pena dele, pois sem necessidade ela havia posto em minhas mãos o poder de deixá-lo mal ou bem humorado"

(Extraído do livro "Saber Amar" de Luiz Alberto Py)

Avançamos tanto em tecnologia, mas quando o assunto é gerenciar emoções, é como se estivéssemos na Idade da Pedra. Na maioria das vezes, agimos baseados nas ações dos outros e não em nossa consciência. Achamos que precisamos reagir a uma ofensa, que precisamos revidar caso contrário estaremos sendo covardes. Mais do que fazer mal ao outro, nossa raiva intoxica nosso corpo, somos nós que perdemos quando, desvairados, de sangue quente, pensamos em revanche. Não estou propondo aqui que ajamos como mártires e que fiquemos quietos quando insultados, mas acredito que a melhor forma de desarmar o "oponente" seja através de um gesto amoroso.


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