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domingo, 11 de novembro de 2012

Nunca Te Vi, Sempre Te Amei

“Acredito no amor virtual pois nada é mais expansivo e verdadeiro do que se conhecer pela linguagem. Nada é mais íntimo e pessoal do que se doar pela linguagem”
(Fabricio Carpinejar)

“Nunca te vi sempre te amei”, esse é o título de um filme produzido em 1986. Ele nos conta a história de Helene Hanff  (Anne Bancroft), uma escritora americana que se corresponde, durante 20 anos, com Frank Doel (Anthony Hopkins), gerente de uma livraria especializada em edições raras. Tudo começa quando Helene decide escrever uma carta para a pequena livraria em Londres, buscando títulos que não consegue encontrar em Nova York.  Inicia-se aí uma troca afetuosa de correspondências entre duas pessoas que nunca se viram, as cartas detalham o universo pessoal de cada um, com suas esperanças, dores e felicidades.

Hoje em dia, a troca de cartas se transformou em troca de e-mails, em bate papos virtuais. A internet possibilita nos conectarmos com pessoas ao redor do mundo, pessoas que “conhecemos”  apenas pela tela do computador. Grandes amores surgem desse “mistério”, conheço histórias de pessoas que se comunicaram por meses até se conhecerem e terem um "final feliz".  E ao contrário dos céticos quanto a esse tipo de relação, dou a maior força quando escuto algum relato do tipo. Acredito que podemos conhecer mais de uma pessoa através das palavras que usa pois "estamos no que falamos", como diria o poeta.  No amor virtual, a imaginação corre solta, imaginamos o outro a nosso bel-prazer. Essa adivinhação nos faz bem, preenche nossos dias com encantamento porque como diria Carpinejar:  “adivinhar é delicioso – é se dedicar com intensidade às impressões mais do que aos fatos”.

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