(Fabricio Carpinejar)
“Nunca te vi sempre te amei”, esse é o título de um filme
produzido em 1986. Ele nos conta a história de Helene Hanff (Anne Bancroft), uma escritora americana que
se corresponde, durante 20 anos, com Frank Doel (Anthony Hopkins), gerente de uma livraria especializada
em edições raras. Tudo começa quando Helene decide escrever uma
carta para a pequena livraria em Londres, buscando títulos que não consegue encontrar
em Nova York. Inicia-se aí uma troca
afetuosa de correspondências entre duas pessoas que nunca se viram, as cartas
detalham o universo pessoal de cada um, com suas esperanças, dores e
felicidades.
Hoje em dia, a troca de cartas se transformou em
troca de e-mails, em bate papos virtuais. A internet possibilita nos conectarmos com pessoas ao redor
do mundo, pessoas que “conhecemos” apenas pela tela do computador. Grandes amores surgem desse “mistério”,
conheço histórias de pessoas que se comunicaram por meses até se conhecerem e terem um "final feliz". E ao contrário dos céticos
quanto a esse tipo de relação, dou a maior força quando escuto algum relato do
tipo. Acredito que podemos conhecer mais de uma
pessoa através das palavras que usa pois "estamos no que falamos", como diria o poeta. No amor virtual, a imaginação corre solta,
imaginamos o outro a nosso bel-prazer. Essa adivinhação nos faz bem, preenche
nossos dias com encantamento porque como
diria Carpinejar: “adivinhar é delicioso –
é se dedicar com intensidade às impressões mais do que aos fatos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário