Temos uma natureza tipicamente higienista, queremos expulsar
qualquer situação que nos desagrade de nossa vida. Quando algo dá errado, nos
sentimos injustiçados e vítimas das circunstâncias, pois, nos convencemos, em
nosso íntimo, que frustrações não devem fazer parte de nosso percurso.
O propósito da vida é a renovação, é que nós nos experimentemos
a cada novo passo. A diversidade dos acontecimentos nos permite conhecer
nossa totalidade, como lidamos com o sucesso, como lidamos com os obstáculos. A riqueza da experiência compensa seu possível
caráter penoso.
Há felicidades efêmeras, apaixonadas, que passam e deixam a impressão de tristeza definitiva, um gosto amargo na boca ao passo que tristezas que parecem definitivas, nos tiram de nossa zona de conforto e, quando vão embora, nos fazem descobrir uma versão mais elevada de nosso “eu”.
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